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quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Vietnã

Quem visita hoje o Vietnã não compreende duas observações imediatas. Como o norte, vencedor, continua pobre e o sul, derrotado, está ainda mais rico? E como pôde esse povo destituído de tudo derrotar, em guerras sucessivas, a rica França, a todo-poderosa América e a gigantesca China?

No Vietnã, riqueza se mede pela razão entre motos e bicicletas. Em Hanói, no norte do país, para cada motoca, há dez bicicletas na rua. Em Saigon, no sul, para cada bicicleta, há dez motocas. Segundo os vietnamitas, o motivo para tal disparidade entre o norte socialista e o sul de inclinação capitalista, mas governado pelo norte, é a qualidade da terra. Enquanto no norte o arroz é colhido em áridas terras montanhosas uma vez ao ano, no sul os vales e deltas permitem de duas a três colheitas. E, atrás do arroz vem o resto.

Há ainda uma cultura mercantilista em Ho Chi Minh (antiga Saigon) que não existe em Hanói, diriam os liberais. Talvez seja verdade.

Apesar da pobreza, o país é cativante. Mas o que mais encanta é a impenetrável resignação dessa sociedade guerreira e paciente. Uma população sem ressentimentos, transbordando de serena boa vontade


Hanói

Capital do Vietnã, Hanói tem o trânsito mais caótico que vimos em toda a viagem. Motocicletas, carros e pedestres se cruzam (e se entendem) em ruas sem a menor sinalização.



Templo da Literatura

Aproveitamos a estada em Hanói como base para visitar os Templos de My Son e o passeio de junk boat pela baía de Halong, considerada a paisagem mais bonita do mundo no atual concurso de beleza natural promovido pela UNESCO. Vale a pena fazer o passeio de três dias, dormindo a bordo.

Mirante em Halong Bay


Passeio de barco em Halong Bay


Passeio a Perfume Pagoda


Passeio a Perfume Pagoda



Hué

Após passarmos a noite na estrada, chegamos em Hué, antiga capital imperial. Durante a Guerra do Vietnã, Hué localizava-se entre o Vietnã do Norte e o Vietnã do Sul e, devido a sua posição central, foi duramente bombardeada, sofrendo trágicos ataques.

A cidade hoje é conhecida pelos seus monumentos históricos, tais como a Citadela, com a cidade proibida. Além disso, ao longo do Perfume River, pudemos visitar as tumbas dos vários imperadores.



Citadela - a cidade proibida






Hoi An

Seguimos viagem pela estrada até Hoi An, uma pequena cidade na costa central do Vietnã. Esta pitoresca cidade atrai os viajantes para os inúmeros cafés e restaurantes de influência francesa, sua charmosa old town e as lojas que produzem ternos sob encomenda, por uma fração do preço ocidental.

Ponte Japonesa





Templo em Hoi An


Ho Chi Minh City (antiga Saigon)

Sob o nome de Saigon, esta cidade foi a capital da colônia francesa e, posteriormente, estado independente do sul do Vietnã. Hoje, a cidade continua adornada com os seus enormes boulevares e históricos prédios da época da frança colonial.

Visitamos o Palácio da Reunificação, o Mercado Popular Ben Thang, o impressionante Museu da Guerra e os Túneis de Cu Chi, elaborados pelos vietnamitas na época da guerra. Vale também um passeio de barco pelo Delta do Rio Mekong.

Entrada original do Túnel Cu Chi


Interior do Túnel Cu Chi


Palácio da Reunificação


Quadro vencedor do Prêmio Pulitzer, no Museu da Guerra


Passeio pelo Delta do Rio Mekong



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segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Tailândia

Além da imagem do rei Bhumibol Adulyadej, que mantém o mais longo reinado do mundo, a imagem de Buda também é onipresente no Reino da Tailândia. Há altares que a ele aludem nas entradas, nos arranha-céus, nos jardins dos parques, nas casas construídas à beira dos rios e mesmo nos aposentos das residências tailandesas.

Cerca de 95% da população é budista, e o país todo tem 32 mil templos dedicados à religião. Destes, 400 ficam na caótica Bangkok e 320 estão em Chiang Mai, a segunda cidade do país, a 700 km da capital. Além do budismo e da paixão pelo rei, outros aspectos tornam tão diferente para os brasileiros esse país asiático. Os tailandeses têm língua e alfabeto próprios, ambos totalmente incompreensíveis para os falantes da língua portuguesa, e vivem atualmente o ano de 2050, número que é grafado em algumas das notas fiscais.

Um hábito que faz parte do cotidiano da população é a massagem. Não faltam casas de massagem em cidades como Bangkok. E não se trata de uma massagem leve qualquer. Pelo contrário. Além das mãos, a massagista usa, por exemplo, os joelhos e as pernas para apalpar e dobrar o corpo do cliente.



Bangkok


A memória da capital da Tailândia que jamais sairá de nossas cabeças provavelmente será da mistura do cheiro de incenso com esgoto. Toda a cidade é apinhada de barraquinhas de vendedores de comida desidratada, comida pronta para o consumo, ingredientes para a culinária, entre outros. As calçadas são lavadas com a mesma água utilizada para a preparação das refeições, o que obviamente nos impressionou.

Nossa primeira refeição em Bangkok



Coca-Cola zero


Buda de Ouro, Buda Reclinado, Buda de Esmeralda... - É tanto Buda e tanto templo que muitas vezes nos confundimos e não lembramos mais onde vimos o quê. Muitos desses lugares sagrados parecem pequenas ilhas de paz na caótica Bangkok, cidade de trânsito complicado e de calçadas apinhadas de habitantes comendo em cumbuquinhas a céu aberto. E, embora se trate de variações sobre o mesmo tema, cada templo tem a sua particularidade, uma beleza que o torna único. Muitos ficam em complexos recheados de pagodes e outras construções admiráveis, principalmente para os olhos dos ocidentais.

Um dos mais impressionantes é o complexo que congrega o Templo do Buda de Esmeralda, o Wat Phra Kaew ("wat" é templo em tailandês), e o Grande Palácio, atualmente usado apenas para determinadas cerimônias reais. O conglomerado encerra cem edifícios, que representam 200 anos de história real. Turistas não podem entrar no palácio, mas já vale caminhar pelo seu jardim. Os telhados coloridos de verde, vermelho e dourado, os pagodes adornados com flores, as pinturas representando as grandes histórias de Buda, todos os detalhes do complexo estimulam infindáveis cliques na máquina fotográfica.

No entanto, a figura de Buda que nomeia o templo não pode ser registrada em imagem. Feito provavelmente de jade ou de jaspe - e não de esmeralda, como diz o nome -, ele tem de 60 cm a 75 cm (apenas), dependendo de como é medido, e muda de roupa três vezes por ano, de acordo com a estação. É considerado um dos mais sagrados entre os budistas. Apareceu pela primeira vez no século 15 em Chiang Mai, depois foi roubado no século seguinte por invasores do Laos, levado para o Vietnã e finalmente retornou para a Tailândia 200 anos depois.

Ao fundo, o Grand Palace


Interior do Grand Palace


Interior do Grand Palace




Interior do Grand Palace



Detalhe do telhado


Ao fundo, outro templo budista











O outro templo que não pode ficar de fora de nenhum roteiro é o do Buda Deitado ou Reclinado (o Wat Pho). Esse é o maior e mais antigo templo de Bangkok. Qualquer ser humano se sente uma formiguinha na frente daquele Buda, deitado, com a mão sustentando a cabeça, como se estivesse descansando no parque. Suas pernas esticadas diferem muito das cruzadas, comuns em várias representações de Buda. Ele é todo folheado a ouro de 24 quilates e tem os pés decorados com madrepérola. São 46 metros de comprimento e 15 metros de altura.




Um pouco mais afastado desses dois, o Templo de Mármore (Wat Benchamabophit) foi construído no fim do século 19 em mármore de Carrara. Moderno, comparado com os outros templos da cidade, o Benchamabophit possui janelas com detalhes em madeira talhada e uma coleção de 53 imagens de Buda de vários estilos.

Com uma arquitetura bem menos sofisticada que a dos outros três, o Templo do Buda de Ouro (Wat Trai Mit) abriga um gigantesco tesouro, estimado em US$ 10 milhões: o maior Buda de ouro sólido do mundo, com 5,5 toneladas de ouro maciço de 18 quilates moldado há mais de 700 anos e três metros de altura. Ele fica numa sala um pouco apertada para a sua grandiosidade e atrai um enxame de turistas todos os dias.




Aproveitamos para assistir a uma luta de Muay Thai.







Floating Market - Duas horas de viagem separam o centro de Bangkok ao Mercado Flutuante Damnoen Saduak. Este mercado é peculiar pelo fato de os vendedores e compradores encontrarem-se lotados em suas pequenas canoas, comprando, vendendo ou trocando seus produtos. Os produtos são principalmente comidas, frutas e vegetais trazidos de suas próprias casas.




Koh Phangan

Pessoas de toda parte do mundo reunem-se na Ilha de Koh Phangan, no Golfo da Tailândia, para celebrar a festa da lua cheia (Full Moon Party). Esta festa tem início no fim do dia, quando os bares da praia começam a pendurar luzes coloridas em seus balcões e colocar músicas para tocar. Há músicas para todos os gostos. A festa é marcada pela diversidade cultural, animação e não tem hora para acabar.







Krabi

Após os dias agitados na Ilha de Koh Phangan, fomos conhecer a cidade de Krabi e arredores, no Mar Andaman. Krabi é notável pelas formações de pedra-sabão que surpreendemente surgem de dentro do mar, formando ilhas. Sua praia mais conhecida, Railay Beach, atrai viajantes de todo o mundo, enquanto que a Ao Nang Beach é a mais desenvolvida.





Krabi também é popular para o mergulho e snorkelling, escaladas nas pedras e trekking pela selva no lombo de elefantes. Esta, aliás, foi uma experiência bem legal que tivemos.






Leonardo di Caprio - Impossível não visitar as vizinhas Phi Phi Islands. Eternizadas pelo filme "A praia", as Ilhas Phi Phi Ley e Phi Phi Don possuem as praias e baías mais lindas da região.


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segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Fechamos o roteiro para a Indochina!

Após intensa pesquisa, conversas com amigos e leituras, resolvemos fazer nossa estréia pelo continente asiático. Devemos confessar que bateu um frio no estômago e uma ligeira insegurança típica de turistas de primeira viagem. Dizem que o desconhecido dá medo. Mas nossa curiosidade, como sempre, falou mais alto.

Em princípio, queríamos dedicar todo o tempo disponível apenas ao Vietnã. Mas o voo para este país implicaria numa conexão em Bangkok, na Tailândia. Daí, decidimos incluir alguns dias na Tailândia e, também, no Camboja, após vermos as impresionantes fotos das ruínas de Angkor Wat. Mas essa explicação será objeto de outro post...

Bom, assim surgiu nossa viagem pela Indochina.

O nome Indochina é atribuído a um conjunto de três países: Vietnã, Laos e Camboja. A Tailândia, Myanmar e a Malásia não são considerados como parte da Indochina, embora ocupem o mesmo subcontinente. Cada um desses países fala uma língua diferente, de troncos linguísticos distantes, tem diferentes crenças e culinárias. São culturas bastante diferenciadas, mas há alguns pontos em comum.
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